A cada ano, o comércio mineiro tem ampliado as vendas pela internet. Em 2023, 57,1% das empresas estavam no ambiente online. No ano seguinte, o número saltou para 64,3%. Até julho deste ano, já são 76,6%. A conclusão foi apontada em uma pesquisa do Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio MG, que analisou 406 empresas mineiras entre os dias 1º e 7 de julho.
Segundo o estudo, dos comércios que estão na internet, 59,5% realizam vendas on-line, enquanto 33,8% não fazem. Para 58,9% dos estabelecimentos, o comércio virtual é uma tendência, enquanto 48,1% acreditam ser uma demanda do consumidor. A maioria das empresas (43,8%) trabalha com vendas na internet entre 3 a 5 anos, enquanto 5,9% já comercializa produtos on-line há mais de 10 anos.
Entre as principais ferramentas, o Instagram lidera a escolha: 99,3% das empresas têm perfil na rede social e 96,5% vendem por ele. Apenas 23% fecham vendas pelo Facebook, ambiente que registra 36,6% de presença das empresas. O marketplace foi o recurso com menor índice de vendas, com 12,4% das firmas. Os aplicativos iFood e Shopee tiveram 34,8%. Os comércios com site próprio somam 21,1% e, desses, 74,4% afirmam vender pela página. Ao todo, 61,1% comercializam produtos em redes sociais, e 72,8% deles liberam a retirada dos produtos na loja física.
O WhatsApp Business é o aplicativo de mensagens mais utilizado pelos comércios mineiros. Do total, 75,1% usam o aplicativo para estar presentes no ambiente on-line e vender. Apenas 2,2% das empresas afirmam usá-lo, mas não vender por ele. Cerca de 61,5% das empresas fecham a venda pelo WhatsApp e recebem o pagamento de outras formas. A razão para a preferência de 34,3% dos estabelecimentos é a inclusão de produtos e preços no catálogo do aplicativo.
A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, avalia que “os dados revelam um cenário de crescente adesão às plataformas digitais por parte dos empresários do varejo (…). A tendência evidencia não apenas as adaptações às novas demandas dos consumidores, mas também a busca por maior competitividade, adesão e fidelização de clientes no mercado”.
Ela explica que “o e-commerce ganha cada vez mais relevância na dinâmica do varejo, com os avanços tecnológicos e a modernização das estratégias impulsionados pelos consumidores, que estão cada vez mais exigentes e conectados, utilizando a internet não apenas como canal de compra, mas também para realizar pesquisas de preços, avaliações de qualidade e tendências do mercado”. A economista conclui que o universo digital passa a ser visto como uma estratégia para manter a competitividade do setor de varejo e não apenas como uma opção.
Empresas que não estão no ambiente on-line
Em resposta à pesquisa, 55,2% das empresas apontam que o volume de vendas on-line é responsável por 10% a 20% do total de vendas. As que optaram por não comercializar seus produtos ou estarem presentes on-line justificam que os principais motivos são: falta de interesse, preferência pelo modelo presencial, porte da empresa e falta de tempo. A maioria delas, 85%, afirma pretender continuar de forma off-line. O restante, 7,4%, tem planos de realizar vendas on-line em até um ano; 3,2%, após esse período; e 4,2% não avaliaram.
No caso dos empresários que ainda não trabalham com o e-commerce, mas desejam, as razões foram: falta de planejamento (62,5%), falta de tempo (43,8%) e tamanho da empresa (18,8%). Outros motivos apontados foram a falta de mão de obra especializada (12,5%) e o fato de a empresa ser recente (6,3%).
Texto: Êmily Reis
Imagem: Divulgação / Fecomércio MG