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Emater e Amefa firmam acordo para manter os jovens no campo e evitar o êxodo rural

Emater e Amefa firmam acordo para manter os jovens no campo e evitar o êxodo rural

O êxodo rural iniciou no Brasil na década de 60, após o começo da industrialização na região sudeste. As mudanças do centro para a capital ainda acontecem atualmente, tendo em vista que devido algumas crenças, as pessoas ainda acreditam que o desenvolvimento e as oportunidades estão apenas em centros urbanos.

Sabendo disso, em 1969, surgiram as primeiras Escolas de Famílias Agrícolas no Brasil, 34 anos depois da criação da primeira escola de famílias agrícolas na França. Neste momento já era adotado o sistema de pedagogia da alternância, no qual os alunos ficam 15 dias na escola aprendendo e 15 dias em casa aplicando no campo os conhecimentos adquiridos.

Porém, agora está acontecendo um outro fenômeno, paralelo ao êxodo rural. A população rural está envelhecendo e em contrapartida, os jovens estão saindo do campo. Para agir quanto a esses problemas, a Emater, juntamente com Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícolas, a AMEFA, assinaram neste mês um protocolo de intenções para cooperação técnico-científica.

O assessor pedagógico da AMEFA, Ricardo Ferreira Vital, explica quais são os objetivos deste protocolo. “A ideia dessa parceria, desse termo assinado é de estreitar essa relação de parceria para os estágios. Uma das coisas é abrir as portas para os estágios dos jovens do campo. E desenvolver ações no sentido de capacitação e desenvolver ações de política voltadas para amenizar os impactos do êxodo rural, tentar garantir a sucessão dos jovens no campo. São ações de formação, ações de cooperativismo, de produção de alimentos, de comercialização dos produtos da agricultura familiar. São ações voltadas para os jovens, filhos e filhas de agricultores do campo. Essa parceria visa fortalecer, além da formação, a permanência do jovem no meio rural”.

Em Minas Gerais, existem 22 Escolas de Famílias Agrícolas. Na microrregião de Ponte Nova, há duas, a EFA Camões, em Sem Peixe e a EFA Paulo Freire, em Acaiaca. O Diretor e sócio fundador da EFA Paulo Freire, Gilmar de Souza Oliveira, conversou com a nossa equipe de jornalismo para falar sobre o trabalho realizado na instituição.
“A Escola Família Agrícola Paulo Freire, localizada na comunidade de Boacã, na zona rural de Acaiaca, que é na Zona da Mata Mineira foi criada pela Associação Regional Escola Família Agrícola Paulo Freire. Esta associação foi criada, inicialmente em 2002, com a participação de lideranças de seis municípios: Piranga, Guaraciaba, Diogo de Vasconcelos, Acaiaca, Mariana e Barra Longa. A EFA já formou jovens no curso técnico em agropecuária de 63 municípios de Minas Gerais, também do Rio de Janeiro e do Espirito Santo. Foram mais de 500 jovens que concluíram o curso Técnico em Agropecuária, integrado ao Ensino Médio na EFA Paulo Freire”.

Gilmar esclareceu sobre o sistema pedagógico adotado. “O curso é por alternância, o jovem fica duas semanas na sede da EFA, em um período de vivências teóricas, nas matérias da Base Nacional Comum e nas matérias profissionalizantes, como zootecnia, agroecologia, agro indústria, administração. E esse jovem tem também várias práticas desenvolvidas, como a criação de coelhos, galinhas, porco, produção de alimentos na horta, produção de ervas medicinais, produção de mudas e os projetos socioculturais que eles participam. E eles alternam, duas semanas na família e comunidade, onde eles vão fazer pesquisas, da realidade, na cultura, no meio ambiente, na organização associativa, cooperativa, organização social, na questão produtiva e desenvolve atividades das várias matérias. Depois retorna novamente para a EFA por mais duas semanas. Então em um ano a gente tem duas semanas letivas na sede da EFA, duas semanas cada sessão e alterna com noves sessões na família”.

Na EFA Paulo Freire estudam atualmente mais de 60 estudantes e alunos de diversos locais podem se matricular na instituição. “Atualmente a EFA tem 66 estudantes, de 19 municípios diferentes. Do município de Ponte Nova nós temos 5 estudantes, no momento. Mas nós temos jovens estudando na EFA de Amparo do Serra, Oratórios, Jequeri, Santa Cruz do Escalvado, Ponte Nova, Barra Longa, Diogo de Vasconcelos, Guaraciaba, Piranga, Mariana, Morro do Pilar, Belo Horizonte, Serro, Paula Cândido, Viçosa e Acaiaca”.

Aqueles estudantes que se interessarem em estudar na EFA Paulo Freire devem ter concluído o Ensino Fundamental. “Para o jovem estudar na EFA Paulo Freire, ele precisa ter concluído o Ensino Fundamental, ou seja, o nono ano. Pode ser do campo ou da cidade, até porque o nosso processo de formação é contextualizado a partir da realidade do jovem. A gente tem mais ou menos 35% dos jovens que cursam hoje o técnico em agropecuária oriundos de cidades ou de distritos, seja urbano ou periurbano. São 3 anos de formação. Nós temos também a educação de jovens e adultos (EJA) , modalidade alternância técnico em agropecuária integrado ao Ensino Médio, com dois dias de aulas por semana a noite”, explica Gilmar.

Na Zona da Mata Mineira existem 7 EFAS, sendo elas: EFA Jequeri, em Jequeri; EFA Dom Luciano, em Catas Altas da Noruega; EFA Serra do Brigadeiro, em Ervália;  EFA Puris, em Araponga; EFA Margarida Alves, em Simonésia e EFA Margarida Alves, que tem aulas do Ensino Fundamental em Conceição do Ipanema.

Até em agosto é possível matricular jovens no 1⁰ ano da EFA Paulo Freire, deste que ainda tenham vagas e aluno esteja matriculado regularmente na rede de ensino.

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